Necessidades energéticas e proteicas
Um bom estado nutricional contribui para uma melhor qualidade de vida.
A energia que o nosso corpo precisa diariamente é medida em calorias e é fornecida pelos macronutrientes (hidratos de carbono ou glícidos, gorduras ou lípidos, e proteínas).
As necessidades nutricionais e energéticas variam de pessoa para pessoa, dependendo de vários factores individuais, como a idade, o género, o peso, a altura, a condição física e a doença.
Uma pessoa em programa regular de hemodiálise apresenta maiores necessidades nutricionais, particularmente de energia/calorias e de proteínas.
Assim, a quantidade de calorias diárias ideal deverá fornecer energia suficiente para:
- Manter ou atingir um peso adequado;
- Manter-se activo e funcional nas suas actividades diárias;
- Ajudar o corpo a utilizar a proteína fornecida nos alimentos nas suas principais funções (como na construção e na reparação dos músculos e outros tecidos), contribuindo para a manutenção da massa muscular, evitando que as proteínas sejam essencialmente usadas como fonte de energia.
Apesar de, antes de iniciar a hemodiálise, poder ter reduzido a quantidade de proteína que ingeria, nesta nova fase deverá comer a quantidade adequada de proteína de modo a manter a sua massa muscular, a permitir a reparação dos músculos e dos outros tecidos, a combater melhor as infecções e a manter um bom estado nutricional.
Alguns dos alimentos mais ricos em proteína com elevado valor biológico, e que deverão fazer parte do seu dia alimentar na quantidade adequada, são as carnes frescas, os peixes, os ovos e os produtos lácteos (em pequenas quantidades), no entanto, como estes alimentos poderão conter uma quantidade significativa de fósforo, a quantidade ingerida deverá ser ajustada e controlada, de acordo com o aconselhamento alimentar do seu nutricionista/dietista.
Para manter um bom estado nutricional, as necessidades energéticas e proteicas devem ser satisfeitas adequadamente todos os dias, por isso tenha em atenção todos os factores ou situações que possam afectar ou reduzir a ingestão alimentar aconselhada, como a diminuição do apetite, o saltar ou não fazer as refeições (pontual ou continuamente), a diminuição gradual das quantidades alimentares que come, entre outras, a par das alterações na sua situação clínica (como infecções, internamentos, etc.). Solicite sempre o apoio nutricional para uma actuação precoce e que contribua para a diminuição do risco de malnutrição proteico-energética.
O tratamento dialítico, pelas suas características, leva também a um aumento adicional das suas necessidades energéticas e proteicas.
Nessa medida, a ingestão alimentar durante o tratamento dialítico é muito importante para compensar as perdas de proteína para o dialisado e resultantes do aumento do gasto energético, além de evitar longos períodos sem ingestão alimentar, uma vez que usualmente o tratamento dura cerca de 4 horas (aspecto de particular importância nos doentes diabéticos).
Por isso, a sua alimentação diária e a constante satisfação das suas necessidades nutricionais é muito importante para a evolução da sua condição de saúde.